
Quem sou eu?
Se não for para responder a essa pergunta, a prática deixa de ser Yoga.
As posturas, a respiração, o relaxamento… tudo isso é meio, nunca o fim.
O fim é esse: reconhecer a verdade sobre si mesmo.

O grande equívoco
Costumamos nos definir pelo que muda:o corpo que envelhece, os pensamentos que se transformam, as emoções que vêm e vão, os papéis que representamos na vida.
Mas nada disso é permanente. Se eu me limito ao que muda, vivo numa busca sem fim — tentando segurar algo que inevitavelmente vai escapar.
O ensinamento do Yoga
Os śāstras, os textos antigos, revelam algo radical: aquilo que você mais busca, já está em você. Já é o que você é! A felicidade não é um objeto, não está no futuro, não depende de circunstâncias perfeitas. Ela é a sua natureza!
Na tradição do Yoga, essa natureza essencial é descrita como Sat–Cit–Ānanda:
Sat → verdade, existência eterna, aquilo que nunca muda.
Cit → consciência, a luz que ilumina cada experiência.
Ānanda → plenitude, felicidade que não depende de nada externo.
Essa é a resposta à pergunta “Quem sou eu?”.
Você é Sat–Cit–Ānanda, Verdade, Consciência e Felicidade.
E a prática?
Cada āsana, cada respiração, cada momento de silêncio, é um convite para lembrar disso. Não praticamos para “criar” felicidade — mas para remover os véus que nos impedem de reconhecê-la.
Durante a prática, o corpo guia, a respiração nos ancora e a mente aprende a se aquietar.
E no espaço do silêncio que criamos, a pergunta se dissolve, porque a resposta : eu sou Verdade, Consciência e Felicidade - Sat–Cit–Ānanda - é realizada.
Por isso vale lembrar:
Yoga não é performance, nem autocorreção infinita.
Yoga é este caminho íntimo de retorno.
E o retorno é sempre para dentro.
É sempre para o reconhecimento de que, antes de qualquer papel, antes de qualquer limitação, antes de qualquer busca…
você já é aquilo que procura.
Hariḥ Oṁ
Paty Abreu ॐ